A escoliose é uma condição geralmente associada à adolescência. No entanto, é possível que essa doença apareça em adultos. Conhecida como escoliose do adulto, esta patologia pode estar ligada a um problema nunca tratado ou a uma situação causada pelo envelhecimento. Nesse segundo caso, também pode ser chamada de escoliose degenerativa.
O que causa a escoliose do adulto
A escoliose do adulto atinge pacientes com mais de 18 anos. Ela apresenta uma incidência de 12 a 36% dos casos de escoliose. Em geral, quanto mais alta a idade, mais registros aparecem.
A doença é originada por diferentes fatores: pode ser causada pela progressão uma deformidade identificada na infância e adolescência, mas sem necessidade de tratamento no momento do diagnóstico. A degeneração de estruturas ósseas, articulares e discais, que causam alterações e deformidades progressivas na coluna, também é um fator. A osteoporose, que causa fraturas assimétricas da coluna vertebral, especialmente em mulheres e, por fim, mais raramente, infecções e tumores na coluna, são também causas desta doença.
Quanto mais cedo a condição for diagnosticada, mas simples se torna o tratamento. Doenças identificadas em estado avançado possivelmente serão levadas à cirurgia, evitando quadros mais graves como a estenose do canal.
Sintomas
A dor nas costas é o sintoma mais relacionado à escoliose degenerativa. A curvatura da coluna causa desconforto constante, levando as articulações a funcionarem de maneira não harmônica. Esses movimentos podem levar os músculos a espasmos involuntários que causam dor muscular.
Além da lombalgia, as dores irradiadas – conhecidas como dores ciáticas – são um dos sintomas mais incômodos e responsáveis pela incapacitação física. Esta é a característica mais grave da doença, que além de causar dor nas pernas, com o tempo pode haver presença de dormências e fraqueza ao caminhar. Os pacientes com escoliose degenerativa, assim como os pacientes portadores de estenose de canal lombar, perdem progressivamente a capacidade de andar, mesmo que tenham os movimentos e a força das pernas preservados na posição sentada.
Outra queixa comum é a de que a coluna está entortando, observando aumento progressivo da assimetria na cintura ou do desequilíbrio do tronco para um dos lados.
Diagnóstico
Para chegar a um diagnóstico correto, é necessário consultar um especialista. O médico investigará fatores como:
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Histórico médico: investigação de diagnósticos e problemas anteriores que possam elucidar sobre a história da doença, para concluir as origens da escoliose e qual o tratamento mais indicado. Costuma ser a parte mais importante do exame, pois o histórico de incapacidade e limitações é que define a conduta a ser tomada, mais que qualquer exame de imagem.
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Exame físico: identificará a limitação de movimentos, dor, perda de reflexos, fraqueza muscular ou outros sinais de danos neurológicos. Para melhor identificar a escoliose, serão feitos testes específicos.
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Exames clínicos: feitas as duas primeiras fases, exames clínicos serão solicitados: raio x, tomografia computadorizada e ressonância magnética estão entre as opções. Em alguns casos também são utilizados exames para avaliar a função dos nervos das pernas, como a eletroneuromiografia.
Tratamento
A escoliose do adulto ou degenerativa é uma patologia diferente da escoliose em crianças e adolescentes. Isso resulta em objetivos diferentes para o tratamento. No adulto, o objetivo não é deixar a coluna reta, mas garantir a qualidade de vida.
Se diagnosticada cedo, o tratamento pode ser feito sem intervenção cirúrgica. Inicialmente o foco é o reequilíbrio da musculatura do tronco e da pelve, assim com manutenção da força dos membros inferiores. O colete ortopédico pode ser tentado com a finalidade de deter a progressão da deformidade, visando manter a curvatura com angulações abaixo de 30º, aceitável para a idade adulta.
Analgésicos também podem ser utilizados para aliviar a dor durante o tratamento. A intensidade desses medicamentos deve estar de acordo com a dor sentida e, em casos de idosos, anti-inflamatórios devem ser evitados. Pacientes com acometimento das pernas, com dor ciática, podem ser tratados com infiltrações de corticoides diretamente na coluna, nas regiões de compressão de nervos.
Para a escoliose causada pela osteoporose, os tratamentos devem ser concomitantes e incluir exercícios físicos e ingestão de vitamina D, cálcio e medicações específicas para osteoporose.
Caso a situação já esteja muito agravada, com comprometimento da função dos nervos dos membros inferiores, incapacidade para andar ou progressão bem documentada da deformidade, o procedimento cirúrgico será recomendado. Este tratamento visa a descompressão dos nervos, causando alívio na dor e melhorando a capacidade de movimentação e, em alguns casos, a correção da deformidade, que isoladamente pode ser causa de incapacidade mesmo sem comprometimento neurológico.
O tratamento pode ser feito por diversos métodos, inclusive de forma minimamente invasiva, pelo acesso lateral (XLIF). Esta técnica não viola a musculatura posterior da coluna e deixa ligamentos e tecidos adjacentes intactos. É uma opção que apresenta correções mais estáveis por meio de incisões menores e com muito menos sangramento. É bastante vantajosa, pois se tratam de pacientes mais idosos e com outras doenças associadas, que toleram pouco intervenções cirúrgicas de maior porte. Se essa opção não for possível, usa-se o procedimento cruento, mais invasivo, mas também com altas taxas de sucesso.
Se você tem apresentado esses sintomas, procure uma orientação médica. Um especialista poderá fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado para cada caso.
Fontes: https://www.projetoescoliose.org/escoliose-no-adulto/
http://www.drthiagocoutinho.com.br/patologias/patologias/coluna-toraco-lombar/escoliose-do-adulto