A coluna vertebral pode ser sede de diversos tipos de tumores, benignos ou malignos. Existem alguns tumores benignos na coluna, ou seja tumores que não se transformam em câncer e não ameaçam a vida do paciente, que são bastante comuns. Os tumores malignos da coluna, ou seja um câncer, que nasce originalmente na coluna, são felizmente, tumores muito raros. Grande parte dos tumores benignos não exigem nenhum tipo de tratamento. Em contrapartida, os tumores malignos exigem grandes cirurgias para ressecção tumoral completa, com margem de segurança, ou seja com tecido sadio em torno de todo o tumor, assim como se faz em qualquer tratamento cirúrgico oncológico.
Entre os tumores benignos da coluna o mais comum é o hemangioma, podendo estar presente em até 15% da população. Geralmente é um achado casual, sendo observado com muita frequência durante a investigação por ressonância magnética de problemas de dores lombares. No caso de lesões pequenas e típicas, que são a maioria dos casos, nem mesmo acompanhamento é necessário. Em lesões maiores ou menos típicas o paciente deve ser acompanhado por um especialista. E em casos mais raros, realmente volumosos, podem necessitar de cirurgias para estabilização do osso acometido, como vertebroplastias ou artrodeses. Existem diversos outros tumores benignos menos comuns na coluna que podem necessitar de avaliações mais complexas. Alguns destes tumores, que crescem em direção ao sistema nervoso ou origina-se dele podem exigir cirurgias para descompressão da medula ou nervos, apesar de serem tumores benignos.
Os tumores malignos da coluna são doenças graves que podem causar dor de difícil controle, fraturas, lesão neurológica, com tetra ou paraplegia e finalmente levar o paciente a óbito com a disseminação do tumor, como qualquer outro câncer. Como trata-se de uma doença muito grave e agressiva, infelizmente o tratamento tende a ser também muito agressivo, sendo utilizados quimioterápicos, radioterapia, e ele deve ser ressecado completamente com margens de segurança, para que ele não retorne a crescer. Este é um princípio geral do tratamento de qualquer câncer. O grande problema dos tumores malignos específicos da coluna é a proximidade om estruturas muito nobres como a medula, que se estiver comprometida pelo tumor, deve ser incluída na margem de segurança da ressecção tumoral, o que leva a sequelas neurológicas graves e definitivas. São casos que devem ser acompanhados não apenas por especialista em cirurgia da coluna, mas por profissional que tenha boa experiência em cirurgia oncológica, de preferência em centros de referência em oncologia, com disponibilidade de equipe multiprofissional.
Alguns avanços na radioterapia tem trazido melhora no tratamento e esperança para os pacientes portadores destes tumores. Estes avanços tornaram disponível a radiocirurgia. Nesta técnica, que pode ser usada em vários tipos de tumores da medula e das vértebras, consegue-se concentrar a radiação com muita precisão na região da doença, evitando lesão dos nobres tecidos ao seu redor, apresentando resultados clínicos animadores, sem necessidade de cirurgias convencionais.