A espondilodiscite é uma infecção que acomete os ossos da coluna e o disco intervertebral. É uma patologia muito grave que pode destruir as estruturas de sustentação da coluna causando dor e em alguns casos lesão neurológica grave, com paraplegia ou tetraplegia, dependendo a região da coluna acometida. Conforme a gravidade da infecção, o paciente pode inclusive evoluir ao óbito, por infecção generalizada.
Ocorre mais comumente em crianças e em pacientes imunocomprometidos, como diabéticos, pacientes oncológicos ou pacientes com AIDS. Todavia, pode ocorrer em qualquer pessoa saudável, sem nenhuma alteração específica de sua saúde. Geralmente a bactéria chega à coluna através da circulação sanguínea. Estas bactérias podem chegar a circulação sanguínea durante diversas atividades rotineiras, nas quais haja traumas de mucosas ou da pele, como no momento que escovamos os dentes. Como são atividades corriqueiras, contamos com o nosso sistema imunológico para nos proteger continuamente dessas infecções.
No paciente saudável, devido a raridade dos casos e a característica inespecíficas das queixas, normalmente dor lombar, é comum observar bastante atraso no diagnóstico da doença. O quadro inicial pode ser facilmente confundido com as tão comuns dores posturais, sendo sua detecção difícil, principalmente para o médico generalista. Desta forma, a dor na coluna em alguns grupos específicos, como os portadores de algum tipo de deficiência imunológica, deve ser vista de uma forma especial, com mais atenção ao diagnóstico de infecção. Ela deve ser pensada também nos casos de pessoas saudáveis, que apresentam queixas atípicas na coluna, nas quais a dor não se relaciona com esforços e não obtém nenhum alívio com repouso, que é o comum em dores de origem mecânica e postural, e especialmente aqueles quadros associados com febre, emagrecimento ou abatimento do estado geral.
