Escoliose neuromuscular é o nome dado genericamente às deformidades da coluna secundárias a doenças do sistema nervoso. São comuns em casos graves de paralisia cerebral e em diversas doenças genéticas, como as distrofias musculares. Tem característica comum o caráter progressivo da deformidade, que continua piorando mesmo após o final do crescimento esquelético, momento em que grande parte das deformidades da coluna tendem a se estabilizar. Costumam ser deformidades graves, que ocorrem em muitos casos em idade bastante precoce, levando a restrição respiratória e dificuldade de manter a posição ereta, mesmo assentado em cadeiras de rodas adaptadas.
São deformidades de difícil definição de tratamento, principalmente devido a complexidade dos pacientes portadores de escoliose neuromuscular. Geralmente são crianças ou adolescentes que apresentam doenças complexas, com alterações em vários outros órgãos, como distúrbios cardíacos, respiratórios e convulsões, e em grande parte com dificuldades nutricionais. Devido a isto a definição do tratamento destas deformidades, principalmente o tratamento cirúrgico, é bastante complexo e individualizado. Idealmente, devem ser abordados por equipes interdisciplinares, em centros de referência em cirurgia de deformidades pediátricas da coluna, que contem com a participação de neurologistas, neuropediatras, pediatras, intensivistas, ortopedistas, neurocirurgiões, cirurgiões pediátricos, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e assistentes sociais, para definição do melhor tratamento de cada paciente individualmente.