A dor lombar, também conhecida como lombalgia é aquela dor nas costas, que pode ser localizada desde a região abaixo das últimas costelas até a região dos glúteos. É um diagnóstico muito impreciso, pois não diz nada a respeito das causas ou estruturas envolvidas com o problema, apenas sua localização. Em linhas gerais qualquer estrutura desta região pode ser a causa da dor, sendo a coluna a principal causa dos problemas. Mas de qualquer forma todas as estruturas lombares inclusive estruturas intra-abdominais, como os rins, devem ser investigadas. Mesmo em relação à coluna o diagnóstico pode ser mais específico em relação às diversas estruturas articulares, discos intervertebrais e músculos que podem ser a causa das queixas. Felizmente a maior parte das vezes não são causadas por problemas graves, sendo as causas mais comuns provenientes do mal uso da coluna, relacionados a problemas posturais, sobrecargas exageradas falta de condicionamento físico. Geralmente, o tratamento é simples, mas não é necessariamente fácil, porque exige mudanças de hábitos de vida como o bom controle do peso corporal, atividades físicas regulares e boas condições ergonômicas em casa e no trabalho.
Grande parte das lombalgias se resolve espontaneamente, com um pouco de repouso, apenas evitando as atividades que causam dor. Na grande maioria dos casos o paciente nem chega a procurar atendimento médico, porém quadros mais intensos ou frequentes devem ter avaliação médica para diagnóstico mais preciso e tratamento mais específico. Usualmente na primeira etapa do tratamento enfatiza-se o controle da dor, geralmente através de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. Nestes casos, após o controle adequado da dor, deve se seguir a segunda etapa do tratamento, o processo de reabilitação, que visa a correção dos fatores que causam e perpetuam a dor, como vícios posturais, desequilíbrios musculares e padrões anormais de movimento, através de diversos métodos de fisioterapia. Esta é uma etapa muito importante no tratamento, porque nela o paciente aprende a cuidar adequadamente da sua coluna. Sua duração é variável, depende da resposta às medidas adotadas e a capacidade da pessoa em assumir estes cuidados de uma forma independente e consistente. Porém, o sucesso duradouro do tratamento é muito relacionada à terceira e última etapa, quando a pessoa entre na fase de manutenção com aplicação do aprendizado e boa manutenção do reequilíbrio físico e postural através de atividades físicas regulares.
Claro que nem sempre este caminho é tão bem sucedido e tranquilo. Dependendo da estrutura lesada e o grau da lesão, o paciente pode enfrentar dificuldades para obter uma reabilitação adequada e retorno à vida diária sem restrições. Felizmente, hoje dispomos de muito recursos para tratar as dores lombares. Estes recursos devem ser usados a medida que os métodos de tratamento mais conservadores, adequadamente conduzidos, falham. Os diversos recursos, disponíveis para o tratamento das lombalgias mais difíceis de tratar, apresentam uma escala crescente de complexidade e risco, podendo ir de procedimentos percutâneos até cirurgias de grande porte. Devido a grande variedade de recursos disponíveis, a escolha adequada de cada procedimento exige o estabelecimento de uma boa relação entre o médico e o paciente, a fim de se conhecer bem o grau de limitação causada pela dor e as expectativas em relação ao tratamento, assim como a avaliação do comprometimento do paciente em relação ao processo de reabilitação, parte fundamental do sucesso do tratamento a longo prazo.