A dor cervical, que é também chamada de cervicalgia, ocorre na região da nuca e na base do crânio. É uma queixa muito comum nos consultórios ortopédicos. Assim como as dores lombares, a dor cervical pode apresentar diversas causas. Pode ser causada por lesão de diversas estruturas da região do pescoço como músculos, ligamentos, articulações e discos intervertebrais, geralmente relacionadas com alterações posturais e posições inadequadas para o trabalho e lazer. Outra causa comum de dor nessa região é o estresse, que causa tensão muscular gerando dor cervical e na região dos trapézios e das escápulas.
O tratamento da cervicalgia é em grande parte conservador, utilizando medicamentos para o controle inicial da dor, mas a resolução mais duradoura para as queixas exige a correção dos fatores que levaram à lesão. Dessa forma, após o controle da dor o tratamento fisioterápico é fundamental, principalmente para os casos mais crônicos e recorrentes. No processo de reabilitação devem ser corrigidos os desequilíbrios e encurtamentos musculares, os vícios posturais e também muito importante a correção ergonômica do ambiente de trabalho e doméstico. Após este período os resultados duradouros virão com a manutenção de bons hábitos posturais, aprendidos nas sessões de fisioterapia e a adoção de modos de vida saudáveis com atividades físicas regulares.
Existem casos onde a dor é decorrente de desgastes mais avançadas em articulações e discos intervertebrais da coluna cervical. Nestes casos nem sempre existe resolução das queixas com o tratamento conservador. Felizmente existem diversos métodos com diversos graus de complexidade, que se adequam às diversos graus de lesão articular e discal. Esses métodos incluem desde injeções articulares, bloqueios anestésicos, procedimentos utilizando radiofrequência e em alguns casos, muito bem selecionados, tratamento cirúrgico. Devido a grande variedade de recursos disponíveis, a escolha adequada de cada procedimento exige o estabelecimento de uma boa relação entre o médico e o paciente, a fim de se conhecer bem o grau de limitação causada pela dor e as expectativas em relação ao tratamento, assim como a avaliação do comprometimento do paciente em relação ao processo de reabilitação, parte fundamental do sucesso do tratamento a longo prazo.