Radiofrequência

A radiofrequência é um meio físico utilizado para tratar os tecidos biológicos. A sua modulação permite aquecer os tecidos biológicos, com grande controle da temperatura e o alcance do aquecimento, possibilitando a coagulação de estruturas neurológicas específicas com bastante precisão. Além disso, o tratamento com radiofrequência, aplica campos elétricos e campos magnéticos bem controlados e bem localizados, também responsáveis pelo seu efeito terapêutico.

Atualmente, com a disposição de meios avançados de imagem e testes terapêuticos percutâneos, consegue-se uma maior precisão na identificação da fonte geradora de dor na coluna. O conhecimento de qual estrutura exata está implicada com a geração das dores, tanto da coluna lombar quanto da coluna cervical, é muito útil para indicar tratamentos para dor mais específicos e menos agressivos que as cirurgias da coluna. Entre estes tratamentos, está a rizotomia percutânea por radiofrequência, na qual, utilizando agulhas e equipamentos de geração radiofrequência, pode-se interromper a propagação dos estímulos dolorosos provenientes das articulações da coluna, através da coagulação dos pequenos nervos que os conduzem os estímulos de dor da coluna para o sistema nervoso central (medula e cérebro). Desta forma, o procedimento torna as articulações da coluna anestesiadas, e as dores provenientes da artrose param de incomodar.

Seguindo o mesmo princípio de tratamento das articulações facetárias, a radiofrequência também é útil em casos nos quais a dor é de origem discal, ou seja, mesmo sem haver hérnias discais ou compressões de nervos, o próprio disco degenerado e desgastado é a fonte de dor. Nestes casos a radiofrequência pode ser usada para a coagulação das terminações nervosas existente no interior do disco intervertebral. O princípio do tratamento é semelhante ao das articulações. Sem as terminações nervosas que captam os estímulos dolorosos no disco intervertebral, não há como o cérebro perceber o estímulo e sentir a dor.

Outra linha de tratamento utilizando radiofrequência, não utiliza temperaturas muito altas, não causando lesão ou coagulação de nervos, podendo inclusive, ser aplicada diretamente sobre o tecido nervoso. Esta  modalidade é chamada de radiofrequência pulsátil. Desta forma, são realizadas microinterrupções na geração da radiofrequência criando campos eletromagnéticos pulsáteis, apresentam efeitos terapêuticos na medula espinhal, interferindo em estruturas responsáveis pela modulação e controle da dor.

Apesar de muito eficazes, todos esses métodos tem sua indicação bastante precisa e restrita para que obtenham sucesso. Cabe observar que esses métodos não substituem de forma alguma  bons hábitos de vida e reabilitação adequada. Desta forma, a seleção do paciente que se beneficiaria  desses tratamentos deve ser feita muito cuidadosamente por profissionais capacitados.