Cirurgia para correção de cifose de Scheuermann

A cifose de Scheuermann, em alguns casos bem selecionados, geralmente relacionadas a dor persistente, que não responde a nenhum tipo de tratamento conservador, ou em casos onde a deformidade é grave, com ângulos maiores que 80o, podem necessitar de correção cirúrgica. O principal objetivo da cirurgia é a correção da deformidade e o reequilíbrio das curvas da coluna.

A técnica mais utilizada no momento é a utilização de parafusos pediculares, que possibilitam a conexão de hastes, nas quais podem ser realizadas manobras de correção e realinhamento da coluna. Estes parafusos são posicionados intraósseos, sem contato com o sistema nervoso e são utilizados como pontos de ancoragem nas vértebras possibilitando a sua manipulação e realinhamento. A cirurgia, além da correção propiciada pela instrumentação, necessita de fusão entre as vértebras instrumentadas, para haver correção definitiva obtida pela manobras de realinhamento das vértebras. Desta forma, a área submetida a correção da deformidade perde  movimentação. Na maior parte dos casos, existe grande rigidez da deformidade, sendo necessário lançar mão a recursos cirúrgicos complementares, para aumentar o poder de mobilização entre as vértebras e a capacidade de correção. Para isso pode-se abordar a parte anterior da coluna, através do tórax, sendo uma técnica ainda utilizada, mas que infelizmente exige uma cirurgia adicional de grande porte tendo seu uso cada vez mais restirto. Atualmente opta-se por técnicas que são realizadas em um único procedimento, as osteotomias, nos quais são realizadas algumas ressecções ósseas na parte posterior da coluna, que permitem maior correção.

Devido à proximidade dos parafusos com a medula e raízes nervosas, assim como manobras que podem tracionar a medula durante a correção da deformidade, é uma cirurgia de risco para o sistema nervoso. Felizmente, nos dias atuais dispomos de um procedimento, chamado de monitorização neurofisiológica intra-operatória, que produz estímulos contínuos no cérebro e nervosos periféricos durante toda a cirurgia, identificando precocemente qualquer alteração que possa levar ao risco de paraplegia.