Tuberculose da coluna

A tuberculose da coluna é, felizmente, uma doença raras nos dias atuais. No passado foi uma doença devastadora, que levou muitos pacientes à paraplegia e à deformidade da coluna. A tuberculose óssea fazia parte do quadro global da tuberculose pulmonar, muito comum até a primeira metade do século passado, quando não havia tratamento medicamentoso adequado, hoje composto de uma combinação de antibióticos usados por um período, necessariamente prolongado. Houve, nas últimas décadas, um certo avanço da doença na população, principalmente devido ao surgimento da AIDS, que diminui a imunidade do paciente deixando-o susceptível à infecção pela tuberculose. Apesar da sua raridade e sua associação com doenças deprimem o sistema imunológico, como a diabetes e os cânceres em geral, ela pode ocorrer com qualquer pessoa, inclusive as que nunca apresentaram a forma pulmonar da tuberculose. Os quadros de dor na coluna de difícil controle, conforme o resultado de alguns métodos de imagem, como a ressonância magnética, deve-se pensar e investigar a tuberculose.

Nos quadros de infecção acometendo apenas a coluna a avaliação não é simples, exigindo biópsia óssea e discal para confirmação do diagnóstico e possibilitar o início do tratamento. Mesmo com biópsias, onde o material retirado da região acometida é analisado microscopicamente e utilizado para cultivo da bactéria,  o diagnóstico em alguns casos pode ser incerto. Felizmente, nos dias de hoje podemos contar com testes aplicáveis às biópsias nos quais se analisam o DNA da bactéria da tuberculose, podendo ser feito o diagnóstico, mesmo estando disponível uma quantidade mínima de material.

Grande parte dos casos, principalmente aqueles diagnosticados na fase inicial, o tratamento pode ser feito de forma conservadora, fazendo uso contínuo de coletes, e utilizando uma combinação medicamentos, usados por períodos geralmente superiores a seis meses. Em alguns casos, quando a bactéria promove grande destruição óssea e articular da coluna, causando deformidade grave, ou quando existem abscessos ou compressão de estruturas nervosas é necessário o tratamento cirúrgico. Geralmente, esses casos devem ser acompanhados por especialista com maior experiência na área de cirurgia da coluna, pois podem exigir cirurgias complexas e de grande porte para a reconstrução das estruturas destruídas pela doença.